Primeira mulher a assumir titularidade da Orquestra, Ligia Amadio estreia em concerto emblemático com obras de Chiquinha Gonzaga, Dinorá de Carvalho e Amy Beach
Data: 8 de março (quarta-feira)
Horário: 20h
Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) na Plateia I, R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada) na Plateia II,
e R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) na Plateia Superior
Ingressos aqui.
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, nº 1537, Centro, Belo Horizonte
Informações para o público: (31) 3236-7400
A primeira mulher a tornar-se Regente Titular em todas as orquestras em que ocupou este cargo, e em grande parte das orquestras onde regeu como convidada, também foi a primeira mulher. Não é diferente com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, que em seus 46 anos de existência recebe sua primeira maestra titular: Ligia Amadio, uma das mais destacadas regentes brasileiras da atualidade. Sua estreia à frente da OSMG acontece nas próximas edições da série Concertos da Liberdade – Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, com um programa especial que inclui obras de grandes compositoras pioneiras na história da música, como Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935), Dinorá de Carvalho (1895 – 1980) e Amy Beach (1867 – 1944), além de solo de piano realizado pela convidada Linda Bustani, que interpreta Sergei Rachmaninoff (1873 – 1943).
A apresentação de gala acontece no dia 8 de março (quarta-feira), Dia Internacional da Mulher, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Os ingressos já estão à venda com preços populares, pelo site da Fundação Clóvis Salgado ou Bilheteria do Palácio das Artes. No dia 7 de março (terça-feira), ao meio-dia, o Corpo Artístico se reúne para interpretar trechos do concerto, de forma gratuita.
Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado e Circuito Liberdade apresentam o concerto da série Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto – Concertos da Liberdade. Os mantenedores são Cemig e Instituto Cultural Vale. O patrocínio master é da Arcelor Mittal. O patrocínio é da Usiminas. A promoção é da Rede Minas e Rádio Inconfidência. A correalização é da APPA – Arte e Cultura, Jazz o Ano Todo e Instituto Cidades Criativas. Viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Maestra Amadio – Ligia Amadio notabilizou-se internacionalmente por sua reconhecida exigência artística, seu carisma e suas vibrantes performances. Sua atuação estende-se pela América, Europa e Ásia. Dentre os prêmios que recebeu, destacam-se o Concurso Internacional de Tóquio (1997), II Concurso Latino-Americano em Santiago do Chile (1998), APCA (2001), Prêmio Carlos Gomes (2012), Ordem de Rio Branco (2018), Prêmio Alumni USP (2022).
Amadio celebra com boas-vindas a Regência Titular e Direção Artística da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. “Me sinto honrada pela confiança em mim depositada pelo presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, pelo Secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, pela diretora artística, Cláudia Malta, e pelos músicos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, que indicaram o meu nome com o desejo de que eu fosse a nova regente titular da Orquestra”, declarou. “Espero fazer o melhor pela Orquestra, maximizar o seu potencial artístico, ganhar novos públicos e tornar cada vez mais a música clássica e a música realizada pela OSMG acessível e democrática para todas as pessoas”, concluiu a maestra.
Amadio atuou como regente titular e diretora artística das orquestras no Uruguai, da Filarmônica de Montevidéu; na Colômbia, da Filarmônica de Bogotá; na Argentina, da Filarmônica de Mendoza e da Sinfônica da Universidade Nacional de Cuyo; no Brasil, da Orquestra Sinfônica Nacional, da Sinfônica de Campinas e da OSUSP. A Maestra acaba de ser convidada para assumir o mesmo cargo à frente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, e fará seu primeiro concerto no emblemático dia 8 de março.
Amadio lidera o Movimento Mulheres Regentes, que realizou 3 Simpósios Internacionais desde 2016, e organiza neste momento sua 4ª. edição, que terá lugar em Buenos Aires. Sua discografia reúne 11 CDs e 5 DVDs. Completou graduação na POLI-USP e na UNICAMP, mestrado na UNICAMP, e doutorado na UNESP. Sua formação também incluiu os mais importantes cursos internacionais de regência orquestral na Áustria, Holanda, Hungria, Itália, República Tcheca, Rússia e Venezuela.
As pioneiras: ineditismo e dedicação à música – O concerto tem início com o brilhantismo de composições da carioca Chiquinha Gonzaga, compositora e pianista. Gonzaga foi a primeira pianista de choro e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, mesclando o som do piano à música popular e se tornando a primeira compositora popular do país. O sucesso começou no ano de 1877, com a polca (dança popular da Chéquia, da região da Boêmia) “Atraente”.
A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais dá início ao seu concerto histórico interpretando “Atraente”, nascida de improvisação em roda de choro na casa do compositor Henrique Alves de Mesquita, em uma mescla com a canção “Gaúcho”, popularizada pelo nome “Corta-jaca”, uma das músicas mais gravadas e conhecidas de Gonzaga. Por conseguinte, a OSMG interpreta a composição “Alerta”, considerada uma das melhores já feitas pela compositora.
O programa segue com “Noite de São Paulo”, composta pela primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Música e primeira maestra brasileira, Dinorá de Carvalho. Como pianista mineira de Uberaba, Carvalho apresentou-se no Brasil e em várias capitais europeias, tendo fundado uma orquestra só de mulheres, a Orquestra Feminina de São Paulo. Suas obras foram executadas por grandes nomes como Guiomar Novaes, Bidu Sayão e Eleazar de Carvalho. Com uma vida dedicada à música, Dinorá de Carvalho tem sido estudada nos meios acadêmicos e resultou em publicações científicas que abordam estudos aprofundados sobre a sua produção artística. Sua obra “Noite de São Paulo” é uma ode à cidade na qual a compositora morou durante grande parte de sua vida.
Na sequência, a grande pianista convidada Linda Bustani empresta seu talento na peça “Rapsódia sobre um tema de Paganini”, de Sergei Rachmaninoff. Uma das mais importantes pianistas sul-americanas de projeção internacional, Linda Bustani foi discípula de Arnaldo Estrella, no Rio de Janeiro. Premiada aos quinze anos de idade no Concurso Internacional Vianna da Mota, de Lisboa – e havendo anteriormente vencido os Concursos Nacionais de Salvador e do Rio de Janeiro – Linda Bustani foi convidada por Iakov Zak para trabalhar sob sua orientação no Conservatório Tchaikovsky, em Moscou, onde também foi aluna de Elisso Virsaladze. Com uma trajetória primorosa, Bustani interpreta ao lado da OSMG a obra de Rachmaninoff considerada de dificílima execução.
A segunda parte do concerto é inteiramente dedicada a Amy Beach, compositora e pianista americana pioneira na música artística em grande escala. Sua sinfonia “Gaelica”, estreada pela Orquestra Sinfônica de Boston em 1896, foi a primeira sinfonia composta e publicada por uma mulher americana. Com essa composição, a OSMG encerra a edição especial do Concertos da Liberdade, celebrando e exaltando toda a força da composição para orquestra feita por mulheres. Beach foi uma das primeiras compositoras americanas a ter sucesso sem o benefício do treinamento europeu e uma das compositoras americanas mais respeitadas e aclamadas de sua época, sendo aclamada pelos concertos que deu com sua própria música nos Estados Unidos e na Alemanha.
PROGRAMA
I PARTE
CHIQUINHA GONZAGA (1847 – 1935)
(Arranjos de Vinícius Louzada)
“Gaúcho / Atraente” (3)
Alerta! (3)
DINORÁ DE CARVALHO (1895 – 1980)
Noite de São Paulo (7’)
SERGEI RACHMANINOFF (1873 – 1943)
Rapsódia sobre um tema de Paganini, op.43 (22’)
Solista: Linda Bustani
II PARTE
AMY BEACH (1867 – 1944)
Sinfonia n.2, op.32, em. Mi menor “Gaelica” (41`)
Allegro con fuoco
Alla Siciliana
Lento con molta espressione
Allegro di molto